Irmãos Guineenses
Simpatizantes e Militantes do PAIGC
Desde o primeiro instante desta trajetória política temos escolhido o caminho da verdade, da legalidade e da transparência,
Nos empenhamos em dar ao nosso país aquilo que nos pareceu que lhe faltou sempre mais,
Mesmo os adversários mais ferozes sempre tratamos com respeito e consideração,
Infelizmente isso tem sido continuamente mal interpretado e mal-usado, até por entidades oficiais que, perante as leis e tendo obrigações constitucionais têm preferido a violação, a força, o abuso. Acreditando na força da paciência e da pedagogia fomos tolerando, mas acabamos acreditando que há quem não aprenda nunca.
O último episódio tem a ver com esta minha interdição de viagem. Pela segunda vez consecutiva e desta vez, desde o dia 16 de dezembro passado. Com a simples menção verbal de “ordens superiores” voltei a ser impedido de embarcar, pondo em causa a convivência da família no período de festas, o tratamento médico que já tinha agendado, compromissos Académicos e políticos. Sendo para todos muito clara a intenção de provocar o bloqueio do PAIGC, aliás intenção publicamente expressa de “acabar” com este partido para silenciar o passado e apagar a história, esta é uma condição que não podemos negociar nem tolerar.
Não nos deixam, pois, muitas alternativas e esta é a minha convocação, do povo guineense em geral, dos militantes e simpatizantes em particular, para a nossa resistência. Depois de alertar a toda a diáspora e o conjunto da Comunidade Internacional, tendo ativado as instâncias judiciais internacionais, temos de ir à luta e enfrentar o nosso destino de pé, sem rodeios nem hesitações.
Eis porque amanhã (10-fev) farei mais uma tentativa de embarque exibindo todos os documentos que comprovam a não existência de qualquer restrição à minha liberdade de circulação, o meu passaporte diplomático, o cartão de deputado da nação e a exigência de me apresentarem as provas de qualquer dispositivo legal que contrarie isso. São elementos de prova para a batalha que então se inicia, mas que teremos logo de prosseguir no plano político.
Se ainda impedido de ir tratar de outros assuntos no estrangeiro, convoco a nação guineense a me acompanhar no país, que quero calcorrear de seguida, visitando a todos os que queiram me receber, em todos os bairros da nossa capital, para constatar e denunciar todos os desmandos que nos estão a consumir e alertar a todos, sobretudo aos que se vão deixando adormecer, para a necessidade de acordarmos e alertar todos os nossos irmãos e camaradas.
Eu prometi nunca comprometer a paz e a tranquilidade deste país e continuarei a dar o meu melhor nesse sentido, mas também assumi sempre não entregar os meus direitos e liberdades, em troco de seja o que for.
Vamos à luta irmãos,
A vitória espera e acompanha os que ousam enfrentar a luta.
Bem hajam.