Entrevista de Muniro Conte ao Canal Africa

Entrevista de Muniro Conte ao Canal Africa

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde PAIGC, pede uma auditoria internacional independente aos dados recolhidos pelas brigadas no recenseamento. 

Para abordar esta exigência do partido mais votado nas últimas eleições guineenses Muniro Conte, porta-voz do PAIGC, deu uma entrevista ao Canal África, a partir da Guiné-Bissau.

Por: Canal África

Recenseamento Eleitoral: “PROCESSO ELEITORAL ESTÁ MUITO VICIADO”

Decorridos mais de quarenta dias do recenseamento eleitoral, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) diz constatar a não apresentação até à data presente, pelo GTAPE, de um plano operacional do recenseamento, início muito tardio do processo na diáspora – África; e recenseamento no círculo-23, Europa, sem uma data, o que, para este partido, antevê a exclusão da maior parte dos cidadãos com a capacidade eleitoral.

“Alteração do sistema informático do recenseamento, sem que o mesmo tenha sido objeto de auditoria, com a agravante de estar a ser, obrigatoriamente, solicitado o número de telefone dos eleitores, o que constitui uma grave violação da privacidade do eleitor nos termos do Artigo 22° da Lei n° 11/2013” Lê-se num comunicado lido esta quinta-feira, 02 de Fevereiro, em conferência de imprensa, pelo porta-voz do partido, Muniro Conté.

O PAIGC denuncia ainda a não entrega, até hoje, dos cartões a um número considerável de cidadãos eleitores já recenseados, assim como movimentações ou deslocações, sem precedentes, de cidadãos com intenção de recensear-se nas zonas diferentes das suas respectivas residências, sob patrocínio de alguns dirigentes do regime com intenção de influenciar os resultados eleitorais, o anuncio e relatos que indicam que o GTAPE estaria a encorajar e orientar os brigadistas a procederem à inscrição de cidadãos estrangeiros e de alguns menores com “peças de identidades duvidosas”.

Perante esses indícios que o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde considera” vícios” e que possam vir a desacreditar o processo exige a entrega dos cartões de eleitor, logo após o registo dos cidadãos e o aumento do número dos representantes dos partidos políticos junto do GTAPE no sentido de seguir as operações internas do recenseamento”.

O PAIGC exige ainda que seja feita a auditoria, através de peritos internacionais independentes, dos dados recolhidos pelas diferentes brigadas do censo eleitoral, tendo apelado ao GTAPE a maior abertura e recetividade em relação aos protestos e reclamações formuladas pelos representantes dos partidos políticos.

O PAIGC termina o seu comunicado apelando aos seus militantes, simpatizantes e cidadãos com capacidade eleitoral, a recensear-se.

Refira-se que o recenseamento eleitoral para as eleições legislativas antecipadas marcadas para o dia 4 de junho decorre desde 10 de dezembro.

Por: Radio Jovem