Domingos Simões Pereira, reeleito hoje líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), destacou que o partido mostrou no congresso a sua “grandeza”, “democracia” e “pluralidade”.
“Este é o PAIGC a mostrar a sua grandeza, este é o PAIGC da democracia, da abertura, da pluralidade. Todos os quadrantes e todas as sensibilidades do partido tiveram a oportunidade de expressar o seu sentimento, puderam desenvolver uma moção estratégica e apresentaram-na aos delegados”, afirmou o líder do partido em declarações aos jornalistas.
Domingos Simões Pereira, que é presidente do partido desde 2014, foi reeleito com 1.162 votos dos 1.268 votantes do congresso, dedicado ao tema “Consolidação da Coesão Interna, a luz do pensamento de Amílcar Cabral, pelo resgate do poder popular e promoção do desenvolvimento”, que termina hoje.
Domingos Simões Pereira disputou a liderança do partido com Octávio Lopes, que obteve 62 votos, João Bernardo Vieira, que teve 32 votos, e Edson Araújo, que conseguiu quatro votos.
“A decisão que acaba de sair resultado do sentimento da avaliação dos delegados. A partir deste momento há uma direção, há um presidente, vai haver um rumo e vamos convocar toda a família do PAIGC para de facto transformarmos a aspiração do povo guineense num programa, num compromisso, numa visão de futuro”, afirmou.
Questionado pela Lusa sobre a expressiva vontade dos delegados do congresso em relação à direção do partido, Domingos Simões Pereira disse que aquela expressão é também em “relação à Nação guineense”.
“Os delegados do congresso quiseram dizer à Nação guineense que o PAIGC está pronto para um compromisso de futuro que permita resgatar esta desgovernação e esta deriva que está a acontecer e repor a todos os cidadãos guineenses o direito de sonhar, o direito de trabalhar para o futuro e o direito de acreditar que é possível”, salientou.
O PAIGC deveria ter realizado o seu congresso em fevereiro, mas foi adiado devido às restrições sanitárias impostas pelo Governo para combater a pandemia da covid-19.
Questões judiciais, algumas das quais que levaram à intervenção das forças de segurança, impediram o partido de realizar o congresso por mais três vezes.
O arranque do congresso, na sexta-feira, ficou marcado com a entrada de polícia armada na sala onde decorria a reunião magna do partido para deter o antigo primeiro-ministro Aristides Gomes, que chegou nesse dia ao país.
Aristides Gomes saiu da sala e, segundo fontes partidárias, está em segurança.
A Semana / Lusa