O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) iniciou hoje o seu X congresso, após diversos impedimentos judiciais, incluindo seis candidatos a disputarem a liderança do partido.
O congresso do partido, consagrado ao tema “Consolidação de Coesão Interna, a luz do pensamento de Amílicar Cabral, pelo resgate do poder popular a promoção do desenvolvimento”, pretende juntar quase 1.500 delegados em Gardete, nos arredores de Bissau.
Inicialmente previsto para Fevereiro, o congresso do PAIGC foi adiado devido às restrições sanitárias impostas pelo governo para combater a pandemia de Covid-19. Para além disso, este atraso também se ficou a dever a questões judiciais, que incluíram uma intervenção policial, que impediu que o partido realizasse o congresso por mais de três vezes.
O Conselho Nacional de Jurisdição e Fiscalização do PAIGC aceitou seis candidaturas à liderança do partido.
Os candidatos são o actual líder do partido e antigo primeiro-ministro do país, Domingos Simões Pereira, que concorre a um terceiro mandato e ainda João Bernardo Vieira, antigo porta-voz do partido, Raimundo Pereira, ex-chefe de Estado interino, Edson Araújo, Octávio Augusto Lopes e Martilene dos Santos.
O congresso realiza-se até ao próximo dia 20 de Novembro.
Mais detalhes com a reportagem de Mussa Balde:
Embora receosos, os militantes e simpatizantes do PAIGC pensam que é desta que vão realizar o 10º congresso do histórico partido guineense.
A vila de Gardete, arredores de Bissau, está engalanada para receber os cerca de 1500 delegados do PAIGC, partido que já conta 66 anos desde que foi fundado por Amílcar Cabral.
No local, nota-se alguma euforia embora controlada, já que o partido parece se ter livrado das contendas judiciais que o têm impedido de realizar o congresso desde fevereiro.
Em liça estavam seis candidatos: Edson Araújo, João Bernardo Vieira, Domingos Simões Pereira, Octávio Augusto Lopes, Martilene dos Santos e Raimundo Pereira.
Fontes do PAIGC, indicaram à RFI que Raimundo Pereira, antigo presidente interino da Guiné-Bissau, e Martelene dos Santos, responsável da organização dos quadros do PAIGC, desistiram.
Martilene dos Santos considerou que na sua opinião não existem condições para concorrer a liderança do partido já que os preparativos ficaram inquinados com o comportamento da comissão organizadora.
Mais do que realizar congresso, Martilene dos Santos entende que o PAIGC devia antes encetar um diálogo interno franco para desta forma se preparar para os próximos desafios eleitorais.
Assim sendo, vão disputar a liderança do PAIGC, Edson Araújo, um militante, funcionário do Parlamento guineense, João Bernardo Vieira, porta-voz da atual direção do PAIGC e antigo governante, e Domingos Simões Pereira, que tenta a sua terceira reeleição à presidência do partido.
RFI